Skip to main content
Notícias

Chamada de artigos - Sociomuseologia: Museu e Universidade

28.09.2022

Sociomuseologia: Museu e Universidade

A proposta do livro Sociomuseologia: Museu e Universidade é reunir artigos que contribuam para o debate sobre a importância da articulação entre Museu e Universidade, Cultura e Currículo do Ensino Superior, Sociedade e Educação.

A Sociomuseologia, enquanto prática e teoria que fundamentam a museologia contemporânea, insurgente e decolonial, que desconstrói as matrizes coloniais de poder e saber, por meio de práticas reparadoras que envolvem território, língua, povos originários, valorização das tradições orais e protagonismo dos diferentes grupos sociais, relativiza as narrativas que buscam perpetuar as epistemologias dominantes.

Os espaços formais de educação, por meio dos currículos, contemplam conteúdos difundidos, em sua maioria, por processos de representação e repetição de “verdades oficiais”.

Refletir sobre narrativas patrimoniais e curriculares implica confrontar conhecimentos instituídos. Este confronto, que revela a complexidade das relações e a perplexidade dos acontecimentos, leva a pensar sobre possibilidades de desterritorialização da Universidade, de modo que a produção de conhecimento conflua aos acontecimentos do mundo e extrapole os limites da sala de aula. Propostas para o despertar de uma consciência crítica colocam em evidência que ideias revolucionárias precisam de espaços não reacionários. Sendo assim, considera-se o Museu, em suas dimensões físicas, conceituais e institucionais, um espaço para realizações junto à Universidade.

Por meio da implantação de políticas e práticas que deem suporte ao desenvolvimento de projetos próprios, gestados nesses contextos e instituições, e não impostos a eles, busca-se apresentar contributos à configuração de novas epistemologias.

Propostas que objetivam romper os limites das epistemologias dominantes e o despertar da consciência crítica insurgem sobre marcos históricos e denotam o processo colonial predatório que envolve a política da memória, cultura, estética, do controle dos corpos e conhecimento científico.

Museu e Universidade juntos podem ser uma alternativa factível à padronização hegemônica das formas de organizar e desenvolver propostas para a produção de conhecimento, o que não significa substituir um tipo de conhecimento por outro, uma cultura por outra, ou subvalorizar os conhecimentos sistematizados. O que se pretende é desafiar os padrões dominantes, problematizar a subordinação dos saberes e promover o atrito entre diferentes abordagens, interpretações e saberes sobre a realidade, propiciando a compreensão das relações de poder subjacentes à hierarquização dos conhecimentos, das manifestações culturais e das classes sociais.