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Museologia solidária premiada no 9º Prémio Ibermuseus de Educação
09.12.2018
A equipa que esteve envolvida no passado mês de maio, no projeto de Museologia solidária no Museu do Casal de Monte Redondo, reunindo alunos de Museologia da Universidade Lusófona e colaboradores do Museu do Casal de Monte Redondo, foi premiada no âmbito do 9º Premio Ibermuseus de Educação com o projeto intitulado “Renova Museu: Revitalização de um museu por meio de ações educativas”. A organização Ibermuseus. O prémio no valor de US$ 10.000 destina-se à realização do projeto apresentado o qual tem em vista a renovação do Museu.
A todos e todas envolvidos neste os nossos Parabéns !
IBERMUSEUS é uma iniciativa de cooperação e integração dos países ibero-americanos para o fomento e a articulação de políticas públicas para a área de museus e da museologia. Integram o Programa IBERMUSEUS os seguintes países: Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Republica Dominicana, Uruguai, Venezuela,
IBERMUSEUS é um espaço para o diálogo e o intercâmbio nos distintos âmbitos de atuação dos museus, a fim de reforçar a relação entre as instituições públicas e privadas e entre os profissionais do setor museológico ibero-americano, de promover a proteção e a gestão do patrimônio, do intercâmbio de experiências e de conhecimento produzido.
IBERMUSEUS compreende os museus como instituições dinâmicas, vivas e de encontro intercultural; como espaços que trabalham com o poder da memória; como instâncias relevantes para o desenvolvimento das funções educativa e formativa; como ferramentas adequadas para estimular o respeito à diversidade cultural e natural e para valorizar os laços de coesão social das comunidades e a sua relação com o meio ambiente.
Premio Ibermuseus de Educação visa reafirmar e ampliar a capacidade educacional dos museus e do patrimônio cultural como estratégias de transformação da realidade social. A ação educativa tem sido uma das principais áreas de atuação dos museus com significativa contribuição para a promoção da harmonia social, para o fortalecimento dos direitos humanos e de uma cultura de paz por meio do estímulo à aceitação da diversidade cultural e das distintas identidades que compõem a amplitude da realidade ibero-americana.
Para tal fim, e entre muitas atividades IBERMUSEUS convoca anualmente o Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus, que consiste na premiação de projetos que visam potencializar a capacidade educativa dos museus e do patrimônio museológico na Ibero-América por meio de duas categorias: Projetos realizados ou em andamento e Fomento a projetos em fase de elaboração e/ou planejamento
Categoria I – Projetos realizados ou em andamento
São premiadas práticas de ação educativa em museus e em outras instituições vinculadas e afins, já concluídas ou em desenvolvimento, provenientes de todos os países ibero-americanos.
Categoria II – Fomento a projetos em fase de elaboração e/ou planejamento
São incentivadas a realização de projetos que ainda não tenham sido implementados ou que estejam em fase de elaboração e/ou planejamento.
Categoria I – Projetos realizados ou em andamento
1º lugar:
“O Côa na Escola”, da Fundação Côa Parque – Portugal
O projecto O Côa na Escola, promovido pelo Serviço Educativo da Fundação Côa Parque e lançado ainda antes da criação da Fundação estando em curso há mais de uma década, é uma ferramenta essencial para um maior conhecimento acerca da Arte Rupestre do Vale do Côa, e aproximação da comunidade escolar de Vila Nova de Foz Côa ao Parque Arqueológico e Museu do Coa e restante património natural, paisagístico e cultural da região. O Côa na Escola constitui-se como uma prática de acção educativa fundamental para reforçar a relação entre a comunidade escolar de Vila Nova de Foz Côa e os bens geridos pela Fundação, o Museu e o Parque do Côa, ao organizar visitas escolares regulares aos sítios de arte rupestre do Parque, ao Museu do Côa e outros locais de interesse pedagógico. Estas visitas têm uma natureza temática, abrangendo conteúdos como o Património, Arqueologia, Biologia ou Geologia, para além da arte rupestre propriamente dita.
2º lugar:
“Renovando el Olvido: Historias de la “L” en un modelo a escala”, do Museu Nacional da Colômbia
Em 2016, a prefeitura de Bogotá despejou a região conhecida como o “L”, o epicentro do mercado ilegal de drogas na cidade, como parte de um programa de segurança pública e renovação urbana. Após o desaparecimento do “L”, vários jovens que lá viviam foram transferidos para o Instituto Distrital para a Proteção de Crianças e Jovens. Nesta instituição, alguns deles iniciaram um processo de inclusão social e redução de danos para reduzir as consequências do uso problemático de drogas. Neste contexto, surgiu a possibilidade de levar esses jovens ao Museu Nacional da Colômbia e construir com eles rotas, ações pedagógicas e processos de pesquisa. Este projeto consiste na montagem de uma exposição temporária nas instalações do Museu Nacional da Colômbia, onde será construído um modelo em escala do “L”, enquanto os jovens dialogam com os visitantes e especialistas em urbanismo, arte contemporânea e etnografia e políticas públicas.
3º Lugar
Las maletas viajeras”, da Associação Civil Ciência Viva, Uruguai
Este projeto consiste na elaboração, construção e itinerância de 8 maletas que levam mini-mostras temáticas, interativas, de Ciência e Tecnologia. Trata-se de contenedores com rodas e maçanetas, especialmente desenhadas para colocar dentro todos os materiais da mini-mostra, preservando a integridade dos mesmos. Eles podem ser facilmente movidos em vários meios de transporte a um custo muito baixo. A proposta é voltada especialmente para crianças e adolescentes, embora seja capaz de interessar a população em geral.
Categoria II – Fomento a projetos em fase de elaboração e/ou planejamento
“Renova Museu: Revitalização de um museu por meio de ações educativas”, do Museu do Casal do Monte Redondo, Portugal
Em 2017, o Museu do Casal de Monte Redondo passou por um processo de reorganização empreendido pela comunidade e pelos alunos do Programa de Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa. Decidiu-se que o processo de revitalização do museu partirá de um amplo projeto educativo que envolvesse os diversos grupos sociais e culturais de Monte Redondo. Tal processo deve associar os conhecimentos técnicos da museologia aos saberes, conhecimentos e técnicas tradicionais, presentes no acervo do museu e parte do património material e imaterial das comunidades e Monte Redondo. Com este projeto, espera-se articular ações educativas colaborativas entre o museu e as comunidades.
“Mujeres en Defensa”, da Intendencia de Paysandú– Museu Histórico Departamental, Uruguai
“Mulheres em Defesa” é um projeto educacional com a tarefa de abordar os relatos hegemônicos da “memória oficial” recuperando a história local a partir de uma perspectiva de gênero, através de uma exposição itinerante que torna visíveis as mulheres protagonistas do evento histórico denominado “Defesa do Paysandú 1864-1865”. A partir da invisibilização das mulheres que a narrativa oficial instituiu sobre o fato histórico, o objetivo é ressignificar as mulheres, promovendo a reflexão da igualdade de gênero nos jovens de Paysandú, instituições educativas formais e não formais.
“Kamalu Hai e o canto da cobra-canoa: Arte e Cosmologia Wauja”, do Museu do Índio, Brasil
Trata-se de uma proposta de diálogo entre as mulheres ceramistas do grupo Waujá do Xingu e a comunidade local e regional, a partir da prática tradicional da cerâmica produzida por este povo e sua difusão junto aos alunos e educadores da rede de ensino, além da comunidade universitária. A possibilidade desta vivência compartilhada entre as Waujá e o público, potencializará o reforço deste traço identitário do grupo com seus valores e padrões estéticos, ampliando o conhecimento sobre esta rica tradição oleira.
“Viejos silencios, nuevas voces. Hacia una propuesta museográfica con todos”, do Museu Histórico Nacional, Uruguai
Esse projeto educacional-museográfico enfoca a visibilidade das classes populares na primeira metade do século XIX, grupos sociais tradicionalmente relegados aos espaços museológicos do país. Através da escolha de alguns temas que atravessam o período, fragmentos de discursos e objetos são recuperados, muitos dos quais já estão expostos, mas para os quais se busca a gerar uma nova maneira de “olhar” e interpretar.
“Clube de Jovens Cientistas do Museu Nacional: Ciência na Quinta”, do Museu Nacional, Brasil
O projeto consiste na formação de um clube de ciências formado por 25 estudantes dos dois últimos anos do ensino fundamental (8° e 9°) de escolas públicas municipais da cidade do Rio de Janeiro, que compartilham com o Museu Nacional o mesmo território. As ações serão coordenadas por educadores e contará com atividades promovidas por técnicos, docentes e discentes dos programas de pós-graduação do Museu Nacional. O Clube de Jovens Cientistas se reunirá semanalmente e desenvolverá atividades variadas relacionadas às exposições e pesquisas realizadas no MN.