2021_Sociomuseologia Sociomuseologia: para uma leitura crítica do Mundo Org. Judite Primo & Mario Moutinho
2021
[Editores] -Judite Primo, Investigadora Principal FCT – CEECIND/04717/2017, Titular da Cátedra UNESCO “Educação, Cidadania e Diversidade Cultural”; -Mário Moutinho, Investigador Integrado no CeiED, Coordenador do Departamento de Museologia da ULHT
[Autores] Anna Luiza Oliveira (Pós-Afro/UFBA) Átila Bezerra Tolentino (UFPB) Bianca Bee Brigidi (Simon Fraser U) Camila A. Moraes Wichers (FCS/UFG) Carolina Ruoso (FMG) Clovis Britto (UnB) Fernanda Castro (IBRAM) Giovanna Silveira Santos (UFG) Jean Baptista (UFG) Judite Primo (CeiED-ULHT /FCT) Karlla Kamylla Passos dos Santos (UFG) Larissa Martins (Bolsista PIBIC/CNPq) Luciana Sousa (IPHAN/PUC-MG) Mãe Meninazinha de Oxum (RNRABS) Mãe Nilce de Iansã (RNRABS) Maria das Graças Teixeira (MAFRO) Maria Helena Versiani (IERJ/MR) Mario Chagas (UNIRIO) Pablo Fabião Lisboa (UFG) Mário Moutinho (ULHT) Susy da Silva Santos (ABREMC) Tony Boita (IBRAM)
[Paginação] Maria Helena Catarino Fonseca
[Capa] Nathália Pamio
[Ano de edição] 2021
[Edição] Edicões Universitárias Lusófonas Campo Grande 376, 1700-090
[ISBN] 9798791497222
[DOI] https://doi.org/10.36572/csm.2021.book_5
[Contactos] Departamento de Museologia / Cátedra UNESCO “Educação, Cidadania e Diversidade Cultural” Edifício A. sala A.1.1. email:
Paulo Freire chega em minha vida através de um livro, por mim acessado indevidamente. Por um “delito” cometido dentro de casa, retirando temporariamente um livro que a minha irmã, dois anos mais velha que eu, tinha recebido de presente. E eu confesso que fui uma criança e uma adolescente que sempre admirei o proibido. Fui criança em plena ditadura militar e desde cedo, eu amava ler, entendia que o acesso da leitura era uma forma de me conduzir para um universo proibido, que a leitura me proporcionava. Era um sonho para uma realidade, muito mais instigante do que a realidade que eu vivia Por isso eu cheguei cedo a autores como o Jorge Amado com 10 anos, retirando sorrateiramente livros de uma coleção “proibida”, de capa vermelha, que meu pai possuía. Eu cheguei ao Freire mais ou menos da mesma forma. Minha irmã foi presenteada, por um padre que advogava de forma velada, (hoje eu sei), pela teologia da libertação. Mas sendo esse um fruto literário proibido, ele vinha pelas mãos de um padre, por meio de um membro da igreja. Então eu o li, mas o li com desconfiança. Eu gostei muito daquele autor, mas eu duvidei daquele autor por conta dos caminhos pelos quais o livro chegou em minhas mãos, pelo qual o Freire chegou em minha vida.
Mas o Freire volta a minha vida pouco tempo depois assumindo espaço na minha vida de estudante, para além da relação pessoal que tínhamos estabelecido. Logo na minha primeira aula de museologia na UFBA, em 1991, Freire retorna a minha vida pela voz e depois pela teoria e prática comprometida da prof. Maria Célia Santos.
Foi na minha formação em Museologia na Universidade Federal da Bahia que eu aprendi a conhecer, a respeitar e sobretudo canibalizar a produção Freireana. E eu insisto nessa ideia de canibalizar, porque na Museologia usamos os ensinamentos e a metodologia do Freire para tentar resolver problemas, para nos conectar com as pessoas que não sendo especialistas da Museologia, entendem e lêem o património e as memórias coletivas por meio das suas vivências pessoais e cotidianas (Judite Primo)
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